sexta-feira, 26 de outubro de 2007

SÉRGIO CABRAL E A 'FÁBRICA' ROCINHA


As declarações do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), ao site G1 de que a criminalidade no Rio é causada pelo aumento da taxa de natalidade e pior, o governador afirmou que a favela da Rocinha, região sul é “uma fábrica de produzir marginal”. O governador envergonha não apenas os fluminenses, mas todos os brasileiros e em especial, sua classe acadêmica, os jornalistas.

O governador Sérgio Cabral, na condição de homem público faz declarações estapafúrdias, elevadas num grau de preconceito extremo. Atribuir a violência de um país, estado ou cidade a fecundidade é algo inconcebível. Esse juízo de valor feito pelo governador Sérgio Cabral caminha na contramão do que se tem evitado, o preconceito de qualquer natureza. Não há dados concretos em nenhuma civilização que afirme com exatidão que a violência é fruto da pobreza. Governador, reveja seus conceitos; mude o conceito de favela é celeiro de marginais.

O governador defendeu o controle da taxa de natalidade, é a favor do aborto, tudo bem que ele tenha esse ponto de vista perante o assunto da descriminalização do aborto, mas usar frases desastrosa pra tentar justificar a ineficiência de uma parte da polícia fluminense, é lamentável esta visão distorcida do governador.

Cabral fez comparações com países como Zâmbia, Gabão, países africanos. Mesmo com bases em estatísticas, não se pode comparar nem menos afirmar tamanho absurdo ! Dias atrás seu secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame, usou frase que demonstra o preconceito velado existente no país e a diferença que alguns policiais fazem com relação a classe econômica; o secretário disse que o tiro em Copacabana ‘é uma coisa’, no morro do Alemão ‘é outra coisa’ tudo isso para explicar uma operação da polícia no dia anterior, depois o secretário tentou dizer que não se referiu a situação econômica que marca a diferença dos dois bairros.

Agora a pouco o governador Sérgio Cabral voltou a trás do que disse, ao jornal local RJTV, disse que não é a favor do aborto, mas sim de um debate sobre o assunto. O governador recuou após a repercussão da entrevista de ontem ao site G1.
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