Por Raquel Freitas, do G1 MG
Um grupo de manifestantes se reuniu, na tarde desta
quinta-feira (28), em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG),
em Belo Horizonte. O protesto cobrou providências em relação à apuração da
responsabilidade pela droga encontrada em um helicóptero da família do deputado
Gustavo Perrella, que carregava 445 quilos de cocaína. Na manifestação, chamada
de “farinhaço”, os participantes pediram a plena investigação dos fatos
relativos à apreensão da aeronave, feita pela polícia em uma fazenda no
interior do Espírito Santo, no último domingo.
O comunicador Daniel Quintela se apresentou como "dono
do helicóptero" que representava a aeronave de Perrella. Ele diz que o
desejo dos manifestantes é que o Ministério Público e a polícia investiguem com
imparcialidade o crime e que os reais responsáveis sejam punido. “Estamos aqui
para manifestar, para expor a poeira que estão tentando esconder debaixo do
tapete”, disse.
No fim da tarde, o 1º secretário da ALMG, Dilzon Melo,
representando a presidência da Casa, recebeu uma comissão de manifestantes. Os
integrantes do ato cobraram a abertura de uma CPI para investigar “os danos que
a família Perrella vem causando ao estado”. Eles citaram outros episódios
envolvendo a família, que foram objeto de investigação da polícia, como a fraude em licitações para compra de merenda.
Em resposta, Melo citou as providências já tomadas pelo
Legislativo e afirmou que, assim como os manifestantes, quer uma resposta sobre
o caso, mas ressaltou que a ALMG não pode cometer injustiças.
A aeronave foi flagrada no domingo (24) em Afonso Cláudio,
na Região Serrana do Espírito Santo, com 445 quilos de cocaína. Quatro pessoas
foram presas, entre elas o piloto, que era, então, funcionário da empresa de
Perrella e também servidor da Assembleia. Ele foi demitido e exonerado.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais(ALMG) reembolsa,
por meio da verba indenizatória, o combustível do helicóptero da empresaLimeira Agropecuária, de propriedade do deputado estadual Gustavo Perrella(SDD). A informação está no Portal de Transparência da ALMG e foi confirmada
pelo advogado da família, Antônio Castro, nesta quinta-feira (28).
Castro afirmou que o deputado usava a aeronave, em 90% das
vezes, para o trabalho político. Os outros 10%, conforme o advogado explicou,
eram para uso familiar e de lazer, e pagos particularmente. O advogado não
falou sobre os destinos usados.
Entre janeiro e outubro deste ano, o parlamentar gastou R$
14.078,31 com querosene para avião. Apenas nos meses de fevereiro e abril é que
não foram feitos abastecimentos com a verba pública. Nos meses de junho e
setembro, o deputado gastou cerca de R$ 3,5 mil, em cada mês, em combustível
para o helicóptero.
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