Por José Maria Tomazela, Agência Estado
SOROCABA - O MST da Base, dissidência do Movimento dos
Sem-Terra (MST) liderada por José Rainha Júnior, anunciou uma nova onda de
invasões no oeste do Estado de São Paulo em apoio aos condenados no processo do
mensalão. "Recebam as ocupações dos latifúndios improdutivos do Brasil
como nossa homenagem", escreveu o líder em manifesto divulgado domingo,
24. Na "moção de solidariedade aos presos políticos do PT, vítimas da
farsa jurídico-midiática do mensalão", o líder sem-terra afirma que ação
penal é uma cortina de fumaça para esconder "os verdadeiros lesa-pátria e
assim confirmar que os verdadeiros culpados estão livres e as cadeias foram
feitas para os inocentes".
No último dia 15, quando se comemorava a Proclamação da
República, José Rainha Junior comandou uma onda de invasões que atingiu 25
propriedades rurais no Pontal do Paranapanema e na Alta Paulista. As áreas já
foram desocupadas. Ele não informou quando serão feitas as novas invasões. A
ação foi a primeira comandada pelo líder sem-terra depois de ficar nove meses
preso, acusado de envolvimento num esquema de desvio de recursos da reforma
agrária. Ele foi solto por decisão do Supremo Tribunal Federeal (STF) em março
de 2012.
Faixas.Faixas estendidas na entrada dos acampamentos do MST
da Base no oeste paulista pedem "liberdade aos presos políticos do
PT", afirmando ainda que "José Dirceu, (José) Genoino e Delúbio
(Soares) são inocentes: crime é não fazer a reforma agrária". De acordo
com José Rainha, as faixas e a moção de solidariedade aos mensaleiros têm o
apoio da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer), Federação
dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp) e de
sindicatos rurais ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Na moção, os
signatários afirmam que "a vitória da presidente Dilma será a resposta que
o povo dará nas urnas".
A União Democrática Ruralista (UDR), que representa
proprietários de fazendas, vai entrar esta semana com representações nos ministérios
públicos estadual e federal contra José Rainha Júnior por incitação ao crime e
desrespeito à Justiça. "Além de ser um desrespeito ao estado de direito,
invasão é crime", disse o presidente nacional da UDR, Luiz Antonio Nabhan
. Segundo ele, o MST da Base é uma "organização fora da lei" que usa
de atos ilícitos para afrontar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
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