Brasília - A Comissão Nacional da Verdade apresentou nesta
terça-feira, 22, um relatório que indica que o ex-presidente Juscelino
Kubitschek e o motorista dele, Geraldo Ribeiro, morreram em consequência de um
acidente de trânsito na rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro, em 1976. A
pesquisa sobre o caso descarta versões de que eles teriam sido assassinados.
A polêmica em torno do assunto começou ainda nos anos 80,
quando peritos encontraram, durante uma exumação, um fragmento metálico no
crânio do motorista, que depois se constatou se tratar de um cravo usado no
revestimento do caixão. Essa polêmica voltou à tona em dezembro do ano passado,
quando a Comissão da Verdade instalada na Câmara Municipal de São Paulo
apresentou uma pesquisa segundo a qual JK e seu motorista teriam sido vítimas
de homicídio doloso.
Integrantes da comissão paulista chegaram a pedir ao Palácio
do Planalto que o governo reconhecesse oficialmente "os
assassinatos". A pesquisa foi considerada uma jogada política dos
vereadores paulistas, sem bases históricas.
"O ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e seu
motorista, Geraldo Ribeiro, morreram em decorrência de lesões contundentes,
sofridas quando da colisão frontal entre o veículo Chevrolet Opala, em que
viajavam, e o Scania Vavis", destaca o relatório apresentado nesta
terça-feira pela Comissão Nacional da Verdade. "Não há nos documentos,
laudos e fotografias trazidos para a presente análise qualquer elemento
material que, sequer, sugira que o ex-presidente e Geraldo Ribeiro tenham sido
assassinados vítimas de homicídio doloso".
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