Do blog Política com “P”
Conforme Maria de Souza: “um momento traumático tende a
voltar, via repetição, até que ele seja ‘resolvido’.” Neste mesmo diapasão
podemos compreender que, um contexto e experiência vivenciada tende a se
reconstituir, e/ou, mesmo ser pautado na ordem do dia, até que se obtenha uma
resolução definitiva.
Neste dia 1º de maio de 2014 se rememora os 60 anos em que o
governo de Getúlio Vargas aumentou em 100% o salário mínimo no Brasil. “Vargas
em 1º de maio de 1954... anuncia o aumento de 100% do salário mínimo.” (Souza;
2004, pg.208. Saberes Brasileiros). Os intelectuais, Historiadores, cientistas
políticos conhecem bem qual o contexto social e político que influenciou, ou,
seria, forçou o Presidente Getúlio Vargas, por orientação do Ministro do
Trabalho, João Goulart. Contudo, ater-se-á ao fato propriamente dito do
reajuste salarial.
Entrementes, Em tempos em que se “onera” em 5%, 7%, 10% o
salário base do país, pensar que há 60 anos o brasileiro obteve o significativo
reajuste do dobro de seu valor real, se se constitui mito, utopia, quimera.
Ver-se em momentos atuais, governos se utilizarem os subterfúgios que não se
pode oferecer o subsídio maior do salário base do brasileiro. Ao termos a
experiência real, que a própria História nos faz tomar conhecimento de que num
dado momento de nossa memória isto foi plenamente possível. Do mesmo modo, por
que não seria possível em um novo momento um aumento ao menos semelhante ao que
foi possibilitado por Vargas em 1º de maio de 1954? Que forças estariam ocultas
que não se permite um ganho significativo para os recursos financeiros do
trabalhador?
Sabe-se que, na atualidade o valor do aumento do salário
base, está ligado aos índices do crescimento econômico e da inflação. Desta
feita, não seria estas uma das razões para se ver nos últimos tempos, um
crescimento pífio da economia do país? Uma inflação “controlada” pelo governo?
Contudo, nestes 60 anos desses 100% citado, estabelecido por Vargas, e, pelo
ministro João Goulart, que o fez ser visto como populista, comunista e
reacionário pelos militares, faz a turba refletir que um aumento real e
significativo do salário do trabalhador brasileiro se faz plenamente possível
e, de fato, não quebraria o país –como muitos argumentam-, que não se faz
necessário ter que esperar o “bolo” crescer para se prover uma equidade
econômica.
Portanto, já se foram 60 anos desde que o brasileiro
recebera o maior dos “presentes” por parte de um governo do Brasil. Um aumento
de 100% do salário base dos trabalhadores, mesmo que em termos de poder real de
compras e independência financeiras, um reajuste semelhante poderia apenas,
ver-se uma qualidade mais simbólica da cadeia alimentar dos cidadãos
brasileiros –passar-se-ia de 724 reais para1448 reais ainda um salário
irrisório-, haveria um alento para a vida e o cotidiano do povo brasileiro.
Enfim, resta-nos sonhar com um “novo” Vargas? Ou, pensar nesse índice de
reajuste salarial se constitui uma quimera, e nada mais. Enquanto, não se ver
está História se repetir, vai-se apenas continuar a se rememorar este período,
este recorte da História do Brasil. “AVE VARGAS, A POPULI TE SALUTANT.”
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