segunda-feira, 30 de junho de 2014

TELHADA EM QUADRINHOS

Do UOL
O vereador Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada (PSDB-SP), o coronel Telhada, gastou R$ 49 mil da verba de seu gabinete em pagamentos para a K9 Indústria Gráfica, empresa que lançou neste mês uma revista em quadrinhos com histórias do ex-comandante da Rota (Ronda Ostensiva Tobias Aguiar). Os dados são da seção "Transparência" do site da Câmara dos Vereadores de São Paulo.
De acordo com o parlamentar, a publicação, que custou cerca de R$ 20 mil e é comercializada em bancas de jornal por R$ 5, foi financiada inteiramente com a ajuda de patrocinadores. "Não foi utilizado nem dinheiro público nem meu", afirmou à reportagem do UOL.
No período de agosto de 2013 – quando começaram os pagamento à K9 - até abril deste ano, o coronel foi um dos cinco parlamentares que mais gastaram dinheiro público com diagramação, arte e impressão gráfica: foram R$ 58.381. A média de gastos dos 55 vereadores da casa no período foi de R$ 29 mil.
Antes de trabalhar com a K9, Telhada gastava em média R$ 307 por mês com impressão e diagramação. Após a empresa começar a prestar serviços para seu gabinete, o valor subiu para R$ 6.503 mensais.
Telhada disse não ver nenhuma contradição ou problema ético em contratar com verba de seu gabinete uma empresa que realiza serviços privados para ele. "Pesquisamos várias gráficas, e a mais em conta foi a K9", afirmou.
Já para Gil Castello Branco, secretário geral da ONG Contas Abertas, "do ponto de vista ético [a prática] pode ser recriminada". "Não existe razão para fazer a contratação de uma empresa com a qual você faz negócios", afirma. "Quanto mais o político evitar essas situações, melhor. Muitas dúvidas sobre uma relação promíscua com empresas seriam evitadas caso outra companhia tivesse sido contratada."
Para Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da Transparência Brasil, "a prática [contratar com dinheiro público uma empresa com qual você tem negócios] não é ilegal". "Como eles podem usar dinheiro para divulgar o mandato e a regulação é pequena, esse tipo de coisa acontece. Mas não é a melhor maneira de gastar dinheiro público."
A reportagem tentou, sem sucesso, falar com um representante da gráfica desde o dia 27.
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