domingo, 26 de julho de 2015

VOU FESTEJAR...

Por Mário Vitor Rodrigues, via Blog do Noblat
Não tenho pistas sobre o fim do Brasil - quem sou eu, se até mesmo Marcelo decidiu repensá-lo - mas defendo desde já a derrota de 7 a 1 para a Alemanha como sendo o ponto mais alto da nossa existência. Foi graças à sova germânica que o sarcasmo passou a ter prioridade por aqui, assumindo o protagonismo nas esquinas, via preços altos, abusos, auto-enganos e esculachos. Convenhamos, só mesmo tão perfeita humilhação poderia jogar luz sobre uma realidade preexistente, enfrentar de peito aberto hipócritas de grife mundialmente reconhecida - nós - e de quebra mudar por completo a maneira como um povo assiste a telejornais.
Dia desses, por exemplo, mal liguei a televisão e dei de cara com um rosto bem vermelho, olhos esbugalhados, cabelos reunidos em um tufo com ares de crina para quem é governista, nada além de um patético penacho para o brasileiro já cansado de tanta bandalheira. Exato, Eduardo Cunha preenchia toda a tela, mas não mudei de canal. Enquanto escovava os dentes também ouvi o nome de Collor, algo sobre a Casa da Dinda e carros espetaculares. Deu até tempo para prestigiar uma análise a respeito do vexatório encontro no Porto.
Devo admitir, estou achando ótima essa saraivada de escândalos. Melhor do que ver tanta sujeira sendo expurgada, principalmente quando envolve caciques desde sempre tidos como intocáveis, só mesmo perceber o bom funcionamento de instituições como o Ministério Público e a Polícia Federal. Não é pouca coisa, em se tratando de uma sociedade habituada a promiscuidades e conchavos vários em praticamente todas as suas esferas.
A nova capa da Veja é outro bom sinal. Não é a primeira vez que alardeiam o cerco se fechando em torno de Luiz Inácio, é verdade, porém nunca antes o PT e seu líder máximo foram desnudados de maneira tão contundente.
O desabafo do capo di tutti capi foi sintomático. Comparar petistas a judeus perseguidos pelo nazismo, e em seguida declarar-se de “saco cheio” com tanto discurso de ódio? Desfaçatez sempre teve presença marcante na personalidade de Lula, mas o caso, agora, parece ser outro. Apenas o desespero pode explicar tão grosseira referência ao Holocausto. Sobre a segunda parte do discurso, uma gostosa gargalhada é o único comentário possível. Afinal, quem mesmo especializou-se em retalhar o Brasil de todas as maneiras possíveis, utilizando justamente o ódio como plataforma?
Só fiquei preocupado com o resultado da pesquisa CNT, dando conta que apenas 7% dos brasileiros aprovam o governo Dilma. Digo, fossem sete pessoas, e não sete por cento, considerando um governo cada vez mais bem sucedido na tarefa de afundar o País, envolvido em escândalos bilionários até a tampa e composto por larápios da pior espécie, ainda assim seria uma multidão de fazer Luther King babar na cova.
Peço desculpas se a cena descrita no segundo parágrafo não está perfeitamente detalhada. Escovava os dentes enquanto ouvia o noticiário? Voltava da rua ou me preparava para sair? Já não lembro mais. De todo modo estou otimista. Enquanto Marcelo titubeia, e Lula esperneia, eu fico só de camarote. O fim está cada vez mais próximo, de fato, mas, ao que tudo indica, ainda não será o nosso.
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