Do G1
Após a Justiça questionar o cachê de R$ 575 mil no São João
2016 de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, o cantor Wesley Safadão disse que
vai doar o dinheiro para instituições de caridade do município. Ele falou neste
sábado (25) que "o dinheiro de Caruaru voltará para Caruaru" e que
tocaria na cidade "até de graça". Uma ação popular impetrada por
advogados pediu o cancelamento do show, alegando suspeita de superfaturamento
no cachê do artista.
Nesta segunda-feira (27), a Prefeitura de Caruaru anulou
pagamento do cachê de Wesley Safadão. O valor - que ainda será doado - deve ser
pago por patrocinadores do artista.
No dia 22 de junho, o juiz José Fernando Santos de Souza
deferiu uma liminar para suspender o show de Wesley Safadão. A decisão foi
tomada após três advogados do município entrarem com uma ação popular para
pedir o cancelamento do show. No mesmo dia, o desembargador José Viana Ulisses
acatou o pedido da Prefeitura de Caruaru e decidiu que a apresentação deveria
ser realizada.
O Ministério Público Federal (MPE) chegou a questionar a
diferença dos preços dos cachês cobrados em Caruaru e Campina Grande. Na
Capital do Forró, o valor é de R$ 575 mil, já na cidade paraibana seria de R$
195 mil - valor confirmado pela prefeitura de Campina e negado pela empresa que
cuida dos shows do artista.
Durante a apresentação deste sábado no Pátio de Eventos Luiz
Gonzaga, Wesley Safadão disse que foi questionado nas redes sociais sobre o
valor cobrado no cachê e afirmou que vai doar o dinheiro para instituições carentes do município. O
anúncio foi feito quase no final do show - que durou duas horas. "Se o
problema é dinheiro, pode espalhar aí que o meu cachê está voltando para
Caruaru para ajudar a quem realmente precisa. Em Caruaru eu toco até de graça.
O que eu não quero é ficar de fora desta festa", afirmou o artista.
O show mais esperado da noite foi o último e teve início com
a música "A Dama e o Vagabundo" e seguiu com uma sequência de
sucessos do cantor - acompanhados pelo público, que apesar da chuva continuou
dançando e cantando. Ele também cantou hits do sertanejo e do funk. A noite
ainda contou com as apresentações de Gatinha Manhosa, Bichinha Arrumada e Jorge
de Altinho - que desfilou os maiores sucessos dele.
Confusão nos portões
Os portões do Pátio de Eventos Luiz Gonzaga foram fechados
antes das 21h - quando a capacidade máxima do espaço, 100 mil pessoas, já havia
sido atingida. Sem acesso ao Pátio do Forró, milhares de pessoas ficaram do
lado de fora. Insatisfeitas, algumas pularam os muros, já outras quebraram as
grades das entradas de emergência.
Uma das grades foi invadida por duas vezes - uma correria
tomou conta da rua e houve tumulto. Em um dos portões, a polícia precisou
conter a multidão com spray de pimenta. Algumas pessoas jogaram pedras e latas
de cerveja dentro do Pátio de Eventos. A cavalaria foi acionada, mas não conseguiu
conter as pessoas que invadiram o espaço.
Muitos reclamaram que se sentiram insatisfeitos pela falta
de organização. "É um absurdo isso com os moradores de Caruaru e com os
visitantes. A gente ficar do lado de fora e ainda essa confusão nessas
entradas", afirmou a comerciária Isabela de Azevedo. Milhares de pessoas
também se aglomeraram nas entradas principais do Pátio do Forró e vaiaram
porque não conseguiram entrar.
A confusão não foi apenas do lado de fora. Na entrada para o
show, forrozeiros reclamaram de tumulto nas filas. Flávia Gabriela da Silva, de
15 anos, veio de São Caetano, no Agreste, e chegou ao espaço às 17h, mas só
conseguiu entrar às 20h. "Levei muitos empurrões, estava uma grande
confusão na entrada, mas mesmo assim eu vim porque eu queria ver o
Wesley", disse a estudante.
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