Avassaladora em
eleições passadas, a "onda vermelha" foi reduzida a marolinha na
disputa municipal de 2016. Em todo o país, candidatos do PT substituíram o
vermelho por lilás, amarelo, verde, azul. A tradicional estrela do partido deu
lugar a corações e figuras multicoloridas.
A decadência da estrela ficou visível no primeiro dia de
propaganda de rádio e TV. Em São Paulo, por exemplo, o H do prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad, foi trocado.
Em 2012, a marca da campanha era composta por um H, tendo no
centro uma estrela. Na estreia do programa, na sexta (26), porém, a estrela foi
suprimida e o "H" ganhou apenas um traço em diagonal. Em 2012, Haddad
prometia não decepcionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –que ocupou
um minuto da propaganda– nem a presidente Dilma Rousseff.
Na sexta, os petistas não foram citados, nem o partido. A
palidez da estrela não é exclusividade de Haddad.
Em Belo Horizonte, a logomarca da candidatura de Reginaldo
Lopes é composta por uma superposição de oito cores, em que predomina o lilás.
Já o prefeito de São José dos Campos e candidato à reeleição, Carlinhos
Almeida, optou pelo azul e amarelo como grife. No lugar da estrela, um coração.
Segundo Almeida –que não citou o PT em seu primeiro
programa– as cores reproduzem a bandeira da cidade. Ele lembra que sua aliança
é composta por dez partidos, incluindo PPS e Solidariedade –para justificar a
escolha do coração. "Simboliza nossa união."
Ex-ministro de Dilma, Edinho Silva não cita a presidente
afastada ou Lula em seu programa. Com fundo azul e roxo nas redes sociais,
omitiu o nome de Dilma ao descrever sua trajetória política. "Foi ministro
da Presidência da República", diz o locutor. Silva disputa a eleição em Araraquara,
no interior de São Paulo.
Em Porto Alegre, o candidato do partido, Raul Pont, tem seu
nome coberto de cores. No programa de estreia, o PT apareceu apenas numa cena
em que um militante segurava um cartaz.
O candidato do PT à Prefeitura de Santos Dumont (MG),
Labenert Ribeiro, usa verde e abóbora na campanha. E o prefeito de Mauá (SP) e
candidato à reeleição, Donisete Braga, exibe estrela disforme e colorida como
logomarca. O candidato, que teve Dilma como cabo eleitoral em 2012, afirmou,
via assessoria, que a estrela já era estilizada na campanha passada e que
"é preciso sempre modernizar".
O prefeito de Santo André, Carlos Grana, também usa
superposição de cores como verde, amarelo e laranja. Embora não cite Dilma e
Lula, o candidato em Campinas, Marcio Porchmann, registrou um "fora,
Temer" no horário eleitoral.
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